sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Amaria

            Hoje acordei com vontade de Maria
            Se pudesse, todo o dia a amaria
            Já há muito tempo não a via
            E pensei, longe de mim: ‘como ela estaria?’

            Para encontrá-la, meu espírito, das palavras mais belas armaria
            Todo o meu corpo perfumaria
            Quem sabe até me depilaria?
            Faria papel de bobo me vestindo de mariachi
            Só por ser a única fantasia em que cabe Maria
            À sua espera, mesmo em maria-de-pernas-compridas, me banharia
            Me empanturraria e seu nome devoraria
            Maria-mole, mariola, maria-alva, a todas comeria
            Só para saciar meu desejo de Maria
            Se pudesse, todo o teu corpo eu lamberia
            Mesmo nos dias de tia-maria
            Mas não sou maria-vai-com-as-outras
            Não é qualquer Maria que eu queria
            É apenas uma Maria...
            Já, sinta como bate meu coração
            Ao pegar em tua mão e sentir o teu afago
            Ele, em meu peito, não mais bateria, cavalgaria.
           
            Ah! Como ela és cruel, e me cozinhas em banho-maria
            E na mais profunda calmaria
            Diz apenas: ‘um dia’
            Ah! Maria!

            Por um encontro
            Rezaria mil ave-marias
            Freqüentaria romarias
            O trilho da maria-fumaça lavaria
            Eu sei, muito tempo levaria
            Não importa, se isso me trouxer Maria.

            Se com outro eu a visse me enciumaria
            Lutaria e venceria
            Ou acabaria quebrado numa enfermaria
            E a magoaria
            Se ela me ignorasse não entenderia
            Formaria mil teorias
            Fumaria mil cigarros
            Embriagaria-me de maria-meu-bem e maria-teimosa
            E no final enlouqueceria
            E se ela me abandonasse meu coração se partiria
            Seria um deserto, uma sesmaria
                                   
            Ah! Maria.
            Chaveies o meu coração se não quiseres nele entrar
            Jogue fora a chave, em um lugar onde ninguém possa encontrar
            Pois nunca mais irei querer amar
            Mas e seu eu lhe escrevesse uma poesia?
            Assim sem muita harmonia
            Apenas falando do meu amor por você Maria
            Será que com isso me amaria...
            Ah! Quem sabe um dia.

            Ah! Maria...
            

(Uma singela homenagem a minha grande amiga - texto escrito originalmente em 2008)

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