Hoje acordei com vontade de Maria
Se pudesse, todo o dia a amaria
Já há muito tempo não a via
E pensei, longe de mim: ‘como ela estaria?’
Para encontrá-la, meu espírito, das palavras mais belas armaria
Todo o meu corpo perfumaria
Quem sabe até me depilaria?
Faria papel de bobo me vestindo de mariachi
Só por ser a única fantasia em que cabe Maria
À sua espera, mesmo em maria-de-pernas-compridas, me banharia
Me empanturraria e seu nome devoraria
Maria-mole, mariola, maria-alva, a todas comeria
Só para saciar meu desejo de Maria
Se pudesse, todo o teu corpo eu lamberia
Mesmo nos dias de tia-maria
Mas não sou maria-vai-com-as-outras
Não é qualquer Maria que eu queria
É apenas uma Maria...
Já, sinta como bate meu coração
Ao pegar em tua mão e sentir o teu afago
Ele, em meu peito, não mais bateria, cavalgaria.
Ah! Como ela és cruel, e me cozinhas em banho-maria
E na mais profunda calmaria
Diz apenas: ‘um dia’
Ah! Maria!
Por um encontro
Rezaria mil ave-marias
Freqüentaria romarias
O trilho da maria-fumaça lavaria
Eu sei, muito tempo levaria
Não importa, se isso me trouxer Maria.
Se com outro eu a visse me enciumaria
Lutaria e venceria
Ou acabaria quebrado numa enfermaria
E a magoaria
Se ela me ignorasse não entenderia
Formaria mil teorias
Fumaria mil cigarros
Embriagaria-me de maria-meu-bem e maria-teimosa
E no final enlouqueceria
E se ela me abandonasse meu coração se partiria
Seria um deserto, uma sesmaria
Ah! Maria.
Chaveies o meu coração se não quiseres nele entrar
Jogue fora a chave, em um lugar onde ninguém possa encontrar
Pois nunca mais irei querer amar
Mas e seu eu lhe escrevesse uma poesia?
Assim sem muita harmonia
Apenas falando do meu amor por você Maria
Será que com isso me amaria...
Ah! Quem sabe um dia.
Ah! Maria...
(Uma singela homenagem a minha grande amiga - texto escrito originalmente em 2008)
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