As
pessoas me pergunta sobre como foi o processo de escrever meu primeiro romance.
Confesso
a vocês que não foi nada fácil.
Eu
sempre quis ser um escritor, era o meu sonho desde a infância. Esse foi um dos
motivos que me levaram a estudar Filosofia na universidade e fazer um mestrado sobre
Artes em que o tema principal são as tragédias gregas.
Apesar
de sempre ler muito, nunca me sentia bom o bastante para começar a escrever um romance.
Sempre achava que precisava me preparar mais para poder contar um boa história.
Até que percebi que escrever é como dançar, ou tocar um instrumento musical,
você precisa praticar muito até ficar razoavelmente bom naquilo. Para me
preparar comecei a escrever com mais regularidade, fiz algumas oficinas
literárias, curso de roteiro cinematográfico, conversei com escritores famosos
e pesquisei muito sobre o tema que queria escrever. Ainda hoje, não acho que
escreva tão bem quanto gostaria. Mas estou satisfeito com o resultado do meu
primeiro trabalho.
As
primeiras anotações para o livro Memórias Sepultadas começaram a ser feitas em
2004. Mas foi só em 2008 que comecei a
levar o projeto a sério. Meu mestrado porém tomou todo meu tempo livre e tive
que, mais uma vez, adiar o projeto. Em 2011 parei de lecionar e comecei a me
dedicar com exclusividade para finalizar esse romance. Após um ano digitando
todas as minhas anotações e escrevendo as partes que faltavam, dei por
encerrada a primeira versão da história. Depois, durante mais de dois anos
fiquei revisando incessantemente e aprimorando a linguagem do texto. Quando
tudo finalmente ficou como eu queria, mandei para a revisão.
Muita
coisa mudou desde o inicio da história. É difícil contar o que, ou entrar em
detalhes, sem estragar parte do enredo, portanto, só falarei sobre isso depois
que a história já for mais conhecida. O que posso dizer é que uma das minhas personagens
favoritas foi excluída na versão final. Esse episódio se passava durante a
Guerra do Paraguai e ficou de fora pelo tema e por causa do cenário não serem
os mesmo que a história principal. Essa parte virou um conto independente chamo
Ana Guerra que ainda não foi publicado e pode servir como base para uma nova
narrativa longa (ainda não decidi).
O
ramo da arte é ardiloso. Você quer trabalhar nele, mas precisa viver. Então,
arruma um emprego, e depois na hora de se dedicar à arte está tão cansado que
não consegue fazê-lo. Mas quando amamos o que fazemos, encontramos um jeito de
continuar fazendo. Eu sempre procurei empregos que me dessem a chance de
escrever durante o expediente, nem que fosse só por alguns momentos. Sempre
andava com uma caderneta no bolso e anotava cada ideia que tinha, depois
selecionava as melhores para seguir em frente.
A
escrita desse livro foi movida a desafios. Primeiramente pessoal, queria provar
para mim mesmo que seria capaz de escrever uma narrativa longa e envolvente. O
segundo desafio foi de uma amigo que em 2010 me disse que começar um livro era
fácil o difícil seria terminá-lo. Ele estava certo, mas depois de muito
empenho, consegui e estou contente com o resultado.
Sucesso
e fracasso são questões relativas. O meu maior medo era de não escrever uma boa
história. O pior que poderia acontecer era não conseguir terminar o livro. Só
que isso eu consegui. Então, para mim, o livro já é um sucesso. Mesmo que ninguém mais estivesse satisfeito com o resultado final, isso não importaria, pois o livro já cumpriu a sua função.
Aprendi muita
coisa escrevendo essa história. Agora
que já estou familiarizado com os instrumentos da escrita, tenho uma visão
complexa do processo pelo qual passei e tenho segurança para afirmar que será
mais fácil escrever o próximo trabalho. Quanto ao fato de ter um grande público
de leitores é um questão de tempo, pois sempre acreditei que um trabalho de
qualidade cedo ou tarde encontrará o seu publico e será reconhecido como uma
obra de arte de valor.
Obrigado a
todos os meus leitores.
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